Segue texto feito de última hora mas, com muito carinho...

E as crianças e os idosos, sempre me ensinam algo novo...
Eu não convivo diariamente com minha vó, que caminha para os 101 aninhos sem muita interação mas, sempre que vou visitá-la, aproveito para conversar com as idosas que com ela residem e, é impossível não aprender algo novo...
São poucas as idosas que ainda são lúcidas, a grande maioria já vive no seu próprio mundinho distante e, para estas, levo meu carinho e, acho que eles gostam, são sempre receptivas... Lá, os homens são a minoria e, são menos receptivos, reconheço!
Para as lúcidas, tiro alguns minutinhos para trocar ideias e, quase sempre saio de lá com algum ensinamento, como aconteceu ontem com uma senhora que é muito falante e simpática com todos que com ela falam.
Eu conversei um pouco e ao sair comentei: Um bom restinho de domingo para a senhora! Na hora, ela retrucou: restinho não, que resto é uma coisa que não serve mais! Nunca havia pensado por essa ótica e me corrigi logo em seguida, falando que falara sem pensar no significado mas, que não o faria mais de agora em diante!
Uma outra me dava conselhos contraditórios todas as semanas, que me faziam morrer de rir e sentir saudades dela até hoje... Numa semana ela me perguntava: Você é casada? Quando eu dizia que não, ela dava o maior apoio mas, na semana seguinte, ao responder a mesma questão, ela dizia que eu devia casar, que era importante! Ela me ensinou a amar uma completa desconhecida.
Uma delas, me pergunta mil vezes o que eu sou de minha vó e onde eu moro e, com ela, aprendo a ter paciência para responder mil e uma vezes a mesma questão, perguntada todas as semanas...
É impossível não aprender com quem já viveu décadas a mais que você, pena que as nossas crianças não entendem essa sabedoria, perdem a paciência rapidinho quando precisam repetir o mesmo comando, como se ninguém tivesse o direito de não esquecer...
Já as crianças, mesmo com pouca experiências, nos fazem aprender como elas são peritas na arte de querer impor suas vontades e, só esperam um deslize seu para ter êxito! Ter controle sobre elas sem querer sem injusto, às vezes, é uma tarefa árdua!
Ando vivenciando experiências diferentes com as crianças do voluntariado que estou fazendo! Vejo como elas lidam com o preconceito, a falta de limites em casa, a carência, a aceitação do carinho de estranhos, temos panos para as magas para trabalhar nossos valores...
E assim, vou tentando absorver o melhor que posso das crianças, que estão começando a entender os conflitos e os prazeres que a vida nos oferece e, dos idosos que já passaram por muitas coisas nesse plano e, sempre podem nos ensinar algo novo, mesmo que seja muitas vezes o mesmo ensinamento...
Flávia Guerra (15/04/19)
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