Como passei muito dias sem postar nada, vou logo fazer a dobradinha do fim de semana. Um texto ontem e outro hoje... Na semana passada tive a perda de uma pessoa estranha à minha vida mas, que eu queria muito bem e fiquei bem triste! Mas, à minha tristeza dimuiniu quando escrevi esse texto dedicado à ela cheio de carinho!
E as relações de afeto se estabelecem, às vezes, onde menos esperamos...
Apesar de ter
escrito sobre como anda complicado conviver com as pessoas, adoro conhecer
gente, independente de qualquer coisa como idade, estado civil, cor, raça, só
vejo a essência...
Não posso dizer
que eu conheço os idosos do lar que minha vó mora faz 2 anos e meio mas, posso
dizer que criei um convívio com as pessoas que lá trabalham e moram. E, com
alguns, a relação se deu de forma mais próxima.
Já falei de
Ismaelita em outro textinho faz um tempo, que era a promoter de lá do lar,
sempre vinha nos recepcionar quando íamos nas nossas visitas, já esperava pelas
perguntas dela em toda visita.
De alguns meses
para cá, ela andava apresentando uma diminuição significativa de sua
disposição, estava muito mais deitada do que nas cadeiras e andava conversando
bem menos...
Nos últimos
meses, percebemos a decaída dela e de outros idosos, o que é relativamente
esperado. Não sei o que realmente aconteceu mas, o relato dos funcionários é
que ela havia ficado muito sonolenta e sem nenhuma disposição tem dias.
Estive lá no
domingo passado, falei com ela e fui embora, na certeza que a reveria hoje na
minha visita à minha vó, o que para minha grande tristeza, não aconteceu pois,
ela faleceu no começo dessa semana.
Eu costumo falar
com vovó e depois ir beijando todo mundo que fica no salão, até depois ir nos
quartos falar com os demais que não estão por lá. Hoje não fiz diferente e,
depois de não encontrá-la nas cadeiras, parti para os quartos para nosso
encontro. Quando preguntei para o funcionário por ela e ele respondeu: a
senhora não sabia, ela faleceu no começo dessa semana?
Fiquei tão
atordoada que não soube o que dizer e até perguntei se era brincadeira dele.
Claro que ninguém brinca com uma coisa dessas, foi minha maneira de não aceitar
de imediato a notícia!
Depois do
choque, fui contar já me debulhando em lágrimas para minha irmã sobre o
ocorrido. E, assim eu concluo como é interessante como a gente consegue
estabelecer uma relação de afeto com alguém totalmente estranho a sua vida,
numa situação em que ela nem tinha mais condições de saber quem eu era!
Uma senhora que
eu não sabia nem direito sobre a sua origem, e que me cativou desde o primeiro
dia em que a vi, com aquelas perguntas engraçadas e tiradas muito sem nexo.
O dia terminou
mais triste pela noticia inesperada mas, meu coração está tranquilo pois sei
que ela não sofreu, só se sentiu mal e, pouco tempo depois estava sem vida! A
morte dos sonhos para qualquer um de nós!
Acho que, de
repente ela representava um pouco de minha vó paterna falecida tem quase 5
anos, por isso minha identificação tão de imediato! Enfim, o lar não tem mais a
“promoter” e, o céu, tem mais uma estrelinha!
Flávia Guerra
(05/11/17)
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