domingo, 12 de novembro de 2017

Bom dia!

Como passei muito dias sem postar nada, vou logo fazer a dobradinha do fim de semana. Um texto ontem e outro hoje... Na semana passada tive a perda de uma pessoa estranha à minha vida mas, que eu queria muito bem e fiquei bem triste! Mas, à minha tristeza dimuiniu quando escrevi esse texto dedicado à ela cheio de carinho!





E as relações de afeto se estabelecem, às vezes, onde menos esperamos...

Apesar de ter escrito sobre como anda complicado conviver com as pessoas, adoro conhecer gente, independente de qualquer coisa como idade, estado civil, cor, raça, só vejo a essência...
Não posso dizer que eu conheço os idosos do lar que minha vó mora faz 2 anos e meio mas, posso dizer que criei um convívio com as pessoas que lá trabalham e moram. E, com alguns, a relação se deu de forma mais próxima.
Já falei de Ismaelita em outro textinho faz um tempo, que era a promoter de lá do lar, sempre vinha nos recepcionar quando íamos nas nossas visitas, já esperava pelas perguntas dela em toda visita.
De alguns meses para cá, ela andava apresentando uma diminuição significativa de sua disposição, estava muito mais deitada do que nas cadeiras e andava conversando bem menos...
Nos últimos meses, percebemos a decaída dela e de outros idosos, o que é relativamente esperado. Não sei o que realmente aconteceu mas, o relato dos funcionários é que ela havia ficado muito sonolenta e sem nenhuma disposição tem dias.
Estive lá no domingo passado, falei com ela e fui embora, na certeza que a reveria hoje na minha visita à minha vó, o que para minha grande tristeza, não aconteceu pois, ela faleceu no começo dessa semana.
Eu costumo falar com vovó e depois ir beijando todo mundo que fica no salão, até depois ir nos quartos falar com os demais que não estão por lá. Hoje não fiz diferente e, depois de não encontrá-la nas cadeiras, parti para os quartos para nosso encontro. Quando preguntei para o funcionário por ela e ele respondeu: a senhora não sabia, ela faleceu no começo dessa semana?
Fiquei tão atordoada que não soube o que dizer e até perguntei se era brincadeira dele. Claro que ninguém brinca com uma coisa dessas, foi minha maneira de não aceitar de imediato a notícia!
Depois do choque, fui contar já me debulhando em lágrimas para minha irmã sobre o ocorrido. E, assim eu concluo como é interessante como a gente consegue estabelecer uma relação de afeto com alguém totalmente estranho a sua vida, numa situação em que ela nem tinha mais condições de saber quem eu era!
Uma senhora que eu não sabia nem direito sobre a sua origem, e que me cativou desde o primeiro dia em que a vi, com aquelas perguntas engraçadas e tiradas muito sem nexo.
O dia terminou mais triste pela noticia inesperada mas, meu coração está tranquilo pois sei que ela não sofreu, só se sentiu mal e, pouco tempo depois estava sem vida! A morte dos sonhos para qualquer um de nós!   
Acho que, de repente ela representava um pouco de minha vó paterna falecida tem quase 5 anos, por isso minha identificação tão de imediato! Enfim, o lar não tem mais a “promoter” e, o céu, tem mais uma estrelinha!

Flávia Guerra (05/11/17)




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