quarta-feira, 26 de junho de 2019

Boa noite!

Fim de semestre sempre mexe com o humor dos professores. Recebo e-mails meio imorais de alguns alunos, reivindicações pouco consistentes e, por aí vai... Escrever sobre esse tema, não acaba o problema mas, ajuda a administrá-lo!


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Para que filhos, se eu tenho alunos?

Maternidade nunca foi algo que mexesse muito comigo, acho que meu instinto materno veio meio morto e com o avançar da idade, o que era uma possibilidade de não acontecer, virou uma verdade e, tudo certo. Acredito que nem toda mulher nasceu para ser mãe!
Mas, Deus me deu 6 sobrinhos e muitas amigas e amigos com filhos para eu conviver e saber que a tarefa de ser mãe é a mais desafiadora que uma mulher pode ter. Sei que os filhos promovem sensações maravilhosas mas, também muitas preocupações...
Já havia dado aula particular antes de entrar na universidade e vivenciei um pouco a relação de ser professora, só que de forma menos comprometida, sem correção de provas, sem orientação de TCC, sem sistema para alimentar, só as aulas, alguns dias na semana.
Isso foi meu estágio para, posteriormente, realmente assumir minha vida de professora, primeiro de curso técnico, depois em universidade, onde estou até os dias atuais, totalizando 18 anos de docência em ensino superior no próximo semestre.
Vivo avaliando a postura dos alunos e de como o interesse por tudo que levamos para sala de aula para deles está diminuindo com o passar dos tempos... A gente dá aula para 35 alunos e tem certeza que uns 5, no máximo 10, realmente estão prestando atenção ao que se fala, é bem frustrante...
Nunca fui uma aluna CDF mas, eu gostava de prestar atenção nas aulas, acho que o que o professor tem de experiência vale mais do que os livros nos oferecem. Tive muito professores que não trabalhavam na área que lecionavam e isso era ruim, todas as aulas eram baseadas nas referências teóricas!
Tenho 3 tipos de alunos bem característicos em sala: os muito ativos, questionadores e participativos, que são em quem eu me agarro para seguir na vida de professora, os completamente apáticos, que entram mudos e saem calados, os famosos ”nem fedem, nem cheiram” e aqueles muito ruins, que sempre tem posturas pouco significativas e agregadoras.
Na verdade, existem muitos tipos de alunos mas, para simplificar a minha vida, fiz logo 3 grupões, esses já são suficientes para falar sobre o que quero dizer... Vejo como os adolescentes são todos iguais mas, os adultos estão reproduzindo esse comportamento...  Como dou aula no ensino superior, lido muito mais com adultos, que andam sendo bem imaturos ou enrolões no ambiente de universidade!
Muitos alunos só fazem tudo que se pede na última hora, sempre estão atrapalhados com outras atividades que não são tão importantes e as atividades acadêmicas são as últimas a serem realizadas, o que óbvio, compromete a qualidade do que está sendo feito. Nunca vi tanta gente que não trabalha que nunca tem tempo para nada!
Eles sabem dos prazos mas, no dia da entrega estão sempre questionando se ele vai ser cumprido mesmo, vivencio isso todo semestre, principalmente na entrega de TCC, que aí são alunos concluintes e, que precisam de disciplina para finalizar o curso!
Adoram ficar calado, sem ser percebidos por nós e, muitas vezes, só chegam junto para reclamar de uma nota errada, para solicitar algo fora do prazo ou para pedir de uma ajuda na nota final, quando não passam por média... Tem aluno que é tão apático que, quando me procura, eu preciso de muito esforço para saber quem é!
Vejo isso tudo com muita tristeza, sei que é daí para pior, o comprometimento desses alunos é algo que me incomoda e preocupa! Se a nota de trabalho foi boa, o mérito é todo deles, você pode até ser "esquecido" mas, se a nota foi ruim, eles abrem logo o bocão para falar mal do professor... O discurso mais comum: mais o nosso orientador não nos deu suporte, a gente ficou solto e, por aí vai a ladainha...
Eles sabem de suas obrigações, de seus prazos mas, vivem apelando para o professor quando não conseguem, na maioria das vezes, por falta de planejamento do tempo. É difícil ter tempo para ler o assunto de tantas disciplinas com tantas redes sociais para administrar, né gente? Eles andam meio sem saber como administrar a imensidão de possibilidades da net!
Espero sempre que as coisas melhorem mas, nesse ponto, confesso, que ando bem pessimista e desmotivada! Que esses alunos sejam mais comprometidos, já que, não posso usar de autoridade de mãe, só de professora com eles! E ontem, vendo o depoimento de algumas colegas de trabalho, vejo que o problema começa cedo, ainda no ensino médio, aí as mães podem usar de sua autoridade e seus diferentes "métodos" para tentar solucionar esse problema...
Flávia Guerra (21/06/19)

quarta-feira, 5 de junho de 2019

Bom dia, gente querida!

Andei sumida do blog, mas, vim aqui deixar um texto novo, que surgiu logo em seguida de ter assistido o filme que bombou na Netflix! Eu sabia que seria um tapa sem luva na cara ver situações extremas de pobreza mas, acho que importante ver filmes assim para a gente redimensionar os nossos problemas! Eu fiz uma avaliação dos meus, com toda certeza!


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E eu sempre me emociono ao ver filmes baseados em histórias reais...

Depois de ter ouvido muitos comentários positivos nas redes sociais, estava bem curiosa para assistir um filme da Netflix que causou mais movimentação até hoje, pelo menos, por mim, que não assisto com frequência, pois não tenho em casa. Claro, que fico por dentro das séries que conquistam os clientes do Netflix mas, não sou muito de ver programas que precisam de sequência, fico impaciente, prefiro os filmes...

Sabia que era um filme baseado num história real e que iria me fazer chorar mas, impossível não querer saber o enredo do uma produção intitulada “O menino que descobriu o vento”, que fala sobre tantos temas importantes, incluindo o poder da educação e da sua capacidade de transformação, que é impossível não pensar nesse momento que nosso país está passando de desestímulo à educação!

Já estava com ele salvo na minha pastinha de filmes mas, ainda não tinha parado para ver e, tinha planejado não passar desse fim de semana, e assim o fiz. Ver filmes que falam de pobreza, fome, questões sócias pesadas é sempre uma tapa na cara. A gente sempre fala de problemas mas, quando vemos situações extremas, vemos como nossos problemas são, muitas vezes, pequenos...

Amei a interpretação dos atores e, fiquei tocada como a relação de lealdade é tão presente em vários personagens, incluindo a do menino William com seu cachorro, apesar de não ter bicho de estimação tem muitos anos, admiro essa relação! Revi muitos conceitos em relação à vários aspectos da vida, será impossível não me ver pensando nas atitudes corajosas vivenciadas no filme!

Como nutricionista e comilona de plantão, ver cenas de briga por alimento me choca e muito! A cena em que o pai da família, diante de uma escassez de comidas fora da qualquer controle,  precisa decidir qual refeição vão fazer num dia, já que só poderá ser uma é que matar o coração de qualquer criatura! Acredito que seja uma situação surreal para qualquer um de nós!

Vejo todo mundo dizendo que tem problemas e, sei que todos temos mesmo, é impossível viver sem eles, ou quando a gente se faz de doido, eles passam a ser sublimados e convivemos melhor com eles mas, não ter comida para sobreviver é um problema muito duro e que pode fazer a vida ser ameaçada. Essa situação é muito forte no filme!

A relação de respeito do menino pelo pai me faz pensar como uma grande das crianças de hoje em dia são pouco respeitosas com seus responsáveis. É impressionante ver ele não fazer o que sabia que tinha que ser feito, até ter a aprovação de seu pai. Não imagino muitas crianças tendo tanta obediência assim, passavam por cima e pronto!

Enfim, o filme deveria ser vistos por todo mundo, de preferência em família, para ser discutido tantos aspectos positivos como a relação de obediência, resiliência, extrema pobreza, lealdade, poder e amor. Saber que foi baseado numa história real é chocante, revoltante e muito comovente mas, ver que o final foi positivo é o que faz o filme ser mais encantador, poderia ter tido um final muito trágico e pesado.

Ver e acreditar que a curiosidade pelo estudo pode mudar o destino de uma família, uma comunidade, ou de repente algo muito maior, é a grande estrela dessa produção, além de tantos outros aspectos, claro! Fica a dica para um filme que não tem paisagens deslumbrantes, galãs e nem divas mas, tem uma magnifica reflexão sobre muitas coisas importantes.

Flávia Guerra (03/06/19)