Momentos de reflexão, sempre resultam em texto novo... E esse me deixou inspirada e meio culpada por não saber lidar bem com a situação!! Mas, espero aprender mais um pouco mais a cada dia com a convivência com essas pessoas...
Como deve ser difícil conviver com o preconceito diariamente...
Gente, como o preconceito é uma coisa difícil de ser administrada e tratada pela nossa sociedade ainda nos tempos atuais e tão “evoluído”, com relação à muitos assuntos e aspectos...
Alguns dias atrás estava conversando com uma amiga sobre como as pessoas com síndrome de Down foram tratadas por muito tempo como mongóis ou debilóides, sempre era (e é ainda por alguns) um termo bem pejorativo!!!
Já presenciei muitas cenas de preconceito explícito com pessoas com deficiência física, a falta de respeito no uso das vagas reservadas para eles, não saber como agir mesmo diante de alguém que tem uma realidade diferente da maioria, isso é fato corriqueiro, infelizmente!!
Como já ouvi muitas vezes os deficientes visuais serem chamados de ceguinhos!! Isso é o mínimo, para não dizer outros tantos comentários desagradáveis que escuto com relação aos que perderam um sentido tão precioso.
Ontem, fui acompanhada do rapaz administrativo de lá de meu setor fazer o censo da prefeitura e, como ele é deficiente visual, vivenciei algumas situações bem típicas desse preconceito e, confesso que fiquei chocada com isso e com relatos que ele conversou comigo enquanto esperávamos.
Começou logo na entrada do prédio, que a funcionário que obrigou a fazer um cadastro e ele passou por uma porta lateral e o vigia foi logo falando que era para a gente ir para o atendimento preferencial, que no outro andar, que preciso subir uma escada, enfim.
Ele logo me questionou: e o que é que tem subir escadas? Eu posso subir sem problemas!!! Depois, ao chegarmos no setor preferencial, a mocinha da recepção me deu uma única ficha para o atendimento e eu falei: mas, nós dois vamos fazer o censo, preciso de duas fichas!!!
E aí, depois dela me dá outra ficha e entender que eu não apenas sua acompanhante, sentamos e esperamos um tempo pelo atendimento e pude conversar um pouco com ele.
Ele falou sobre a experiência dele nas palestras que ele ministra, dos ensinamentos sobre o braile, sobre as dificuldades na vida de um deficiente visual, e o pior, de como eles enfrentam o preconceito diariamente, e de forma tão grosseira!!!
Ele falou que muitas vezes, sente-se invisível, as pessoas só se reportam aos seus acompanhantes, quando está com um, o que raramente acontece. E vi, na minha pequena necessidade de ajudá-lo na retirada do contracheque e andar com ele apoiado no meu ombro, como somos despreparados para lidar com o diferente, incluindo minha pessoa!!!
Que possamos aprender a lidar com isso de uma maneira mais humana, menos “esquisita” como foi o tratamento dado à minha pessoa pois, todos me trataram como a acompanhante de um deficiente visual e não como uma funcionária da PCR que estava ali fazendo o mesmo que ele.
Flávia Guerra (15/10/15)
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