A necessidade de concluir um novo texto já está rondando minha cabeça, claro!! Nesse intervalo, um saiu em questão de minutos no fim de semana, depois de um telefonema de 1 hora com um amigo. Definitivamente, tudo vira um motivo para eu escrever!!!
A solidão na
multidão é a nossa realidade
Nasci em casa e depois, vivi alguns
muitos anos em apartamento para só depois voltar a morar em casa, já adulta.
Claro que, passar muitos anos morando em casa, me fez ter uma relação diferente
de meus vizinhos.
Eu vejo meus pais terem vizinhos que
conhecem eles desde antes de casar. E já se passaram mais de 40 anos!!! É muito
raro isso nos dias atuais, a vida anda numa dinâmica bem diferente...
A vida em edifício é bem diferente de
casa, o convívio é muito superficial, a gente termina vendo muito pouco nossos
vizinhos, as pessoas que mais falamos são os porteiros e zeladores, reconheço!
Mas, apesar dessa realidade, eu consegui
ter uma rara figura na minha vida de edifício: minha vizinha de porta. Ela quando
me conheceu, foi logo se disponibilizando a ajudar caso eu precisasse e dizendo
que eu podia bater na porta dela, até de madrugada. Achei isso o máximo!!!
Engraçado que eu tenho uma vizinha que
está grávida de quase 8 meses e só vim saber outro dia, quando nos encontramos
no elevador. Isso é muito surreal para a minha realidade mas, é assim que anda
acontecendo...
Conversando com um amigo, comentei esse
fato da minha vizinha e ele ficou impressionado com a prestabilidade dela,
achou muito raro, e realmente é, quase não vemos as pessoas se oferecendo para
nada na atual conjuntura!
Eu já tinha pensado sobre o tema, quando
vivi algumas situações mas, hoje eu pensei exatamente no texto como a solidão
na multidão. Engraçado que estou cercada de um monte de famílias e não sei nada
sobre praticamente nenhuma delas, depois de mais de 2 anos vivendo aqui.
Outro dia, estava vendo uma das inúmeras
reportagens sobre problemas em condomínio e o entrevistado falando que o nome
edifício não e por acaso, já que “é difícil” viver em comunidade, muito sensata
a comparação!!
A gente entra e saí no hall ou no
elevador e mal troca um bom dia ou boa tarde e só, morreu ali o contato com o
vizinho. E às vezes, tem ciência do vizinho quando ele resolve abrir a porta
para se despedir das visitas e decide cantar parabéns e fazer muitas piadinhas
à meia noite e meia.
Eu só não levantei para ir reclamar pois
achei que seria muito constrangedor a situação de ver um bocado de adulto que
não tem noção de viver em comunidade e regras de convivência serem recriminados
por mim, mesmo sabendo eu estava no meu direito!!!
Espero que outros vizinhos dessa natureza
de boa praça cheguem no meu andar e no prédio que eu moro, para eu ter a
certeza que mesmo morando sozinha, sei
que não estou completamente abandonada!!!
A cada dia fico mais surpreendida com a
incapacidade das pessoas serem educadas ou pelo menos ter cuidado no exercício
de conviver. Sei que é preciso ter um pouco de educação doméstica, pois ainda
vejo muito “recadinho do coração” no elevador sobre reclamações tão primárias
que fico com vergonha daquilo. Será que ninguém sabe mais ser educado???
Vou vivendo minha solidão com muita
educação e seguindo todas as regras a mim imposta pelo condomínio pois, eu fiz
a opção de sair de uma casa para viver num apartamento e preciso mostrar que
sei viver em comunidade...
Flávia Guerra (30/08/14)
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